quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Educação Especial (EE) & Intervenção Precoce (IP)

«Dialogar (dar voz aos diferentes protagonistas e intervenientes da acção educativa, num clima de aprendizagem compartilhada)»



Tendo como minhas principais preocupações a reabilitação física, a educação e a estabilidade emocional do Principezinho (uma vez que para a sua saúde não posso fazer mais), comecei a fazer os telefonemas habituais nesta altura do ano, para que não se atrase muito mais o início das actividades.


A Terapia Ocupacional (TO) só terá início na 3ª semana de Setembro (porque na próxima semana têm formação) e como o Serviço de Intervenção Precoce (SIP) ainda não recebeu a lista completa (dos meninos referenciados por outras entidades) que beneficiarão deste apoio, ainda não sabemos a carga horária que estará reservada para o Principezinho.

Quando falo em carga horária é uma dúvida entre uma a duas horas semanais de TO!
É muito pouco para as necessidades que ele tem, mas é o que se pode arranjar...

Relativamente à Educação...
Decidimos, depois de um consentimento receoso por parte da Pneumonologista, arriscar e levar o Principezinho ao seu infantário, de vez em quando, numa espécie de regime "part-time", porque é minha convicção que ele necessita de ter outros exemplos, de conviver com outros adultos e com mais crianças, de adquirir aptidões que eu não lhe consigo transmitir em casa, etc. E até porque ele já tem 4 anos e meio e já está a entrar numa idade muito próxima do pré-escolar, precisa habituar-se a uma rotina de "trabalho" (adaptado, obviamente!).

Esteja no infantário ou esteja em casa, tem direito a receber apoio por parte da equipa de IP ou EE do Ministério da Educação.
Só hoje consegui falar com a equipa de Educação Especial. Por acaso quem atendeu a minha primeira chamada foi a Educadora que seguiu o JM no ano passado. E transmitiu-me que tinha indicação que já não iria seguir as mesmas crianças por uma questão de organização das zonas dos agrupamentos de escolas. Contudo, a própria teria todo o interesse em continuar com as mesmas crianças.
Ainda liguei uma segunda vez para falar com a Coordenadora. As indicações foram dadas no sentido do que a educadora já me tinha dito...

É do meu interesse que o Principezinho tenha o máximo de estabilidade possível. Até porque nunca sabemos o tempo útil que ele terá para "aprender brincando", entre tanta instabilidade por motivos de saúde!

Por muito sociável, intuitivo e expressivo que ele seja, a entrada de uma nova pessoa para o seu meio social virá criar algumas desconfianças (que lhe são características e compreensíveis pelas suas experiências de vida). E isto virá atrasar todo o processo de aprendizagem que começou a ser feito anteriormente.

Quando a educadora M. soube que ía trabalhar com o meu filho iniciou uma fase de "conquista" aparecendo de vez em quando em determinado ambiente que lhe era familiar e seguro... Passado um tempo ele adoeceu muito e esteve internado 3 meses. Quando estabilizou o suficiente eu avisei-a e ela começou a dar apoio aqui em casa. Como ele já a conhecia pensámos que as coisas corressem mais facilmente, mas ele ainda demorou uns meses até deixar-se ficar sozinho na sala com ela!

Sendo agora atribuída outra educadora, quantos meses se perderão até ele aceitar trabalhar com outra pessoa?

Não é desconfiar do profissionalismo, nem a menosprezar as qualidades pedagógicas da pessoa, mas sim preocupar-me e questionar-me até que ponto esta situação será realmente benéfica para o meu filho.

Onde é que aqui está a ser aplicado um dos objectivos do DL 3/2008 que se baseia (supostamente) na estabilidade emocional?

Visto que a educadora do infantário concorda comigo e que ela expressará a sua opinião a quem de direito... ainda aguardo um telefonema para saber qual será efectivamente o desfecho desta "novela"!
*

5 comentários:

LOBITAS disse...

Realmente a tua novela é a nossa novela e a de muitas familias que tal como nós temos filhos com necessidades especiais.
O nosso sitema, quer de saúde como de educação fica muito aquem das necessidades das crianças, para nós é complicado e no entanto estamos sempre a telefonar e a contactar para tentar equilibrar as coisas. Lamento e lembro-me muito é daquelas crianças que simplesmente são despejadas em instituições que não têm quem lute pelos seus intetresses e que as familias pouco ou nada fazem para que tenham o que têm direito, e pior não t~em amor e carinho.
A alcateia deseja que consigam o horário mais recheado de actividades possiveis e que a adaptação aos novos terapeutas corra bem.
Tudo de bom.
Beijinhos das lobitas

Anónimo disse...

Olá meus lindos, finalmente notícas do nosso Jotinha!!
Estamos tão perto e ás vezes parece que estamos tão longe. Mas infelizmente, desencontros e as circunstâncias da vida não têm permitido que estejamos juntos, mas as saudades são muitas... não esqueço do sorriso do João e daqueles olhos enormes a brilharem irradiando felicidade...
Boa ideia esta do blog, sem dúvida aprendemos muito uns com os outros, com a partilha de experiências, e como tu dizes Silvia, sente-se uma grande onda de solidariedade e amizade... aliás acho que o caminho passa essencialmente por aí, pois como já se percebeu é muito difícil contar com o Estado... mas a vida é uma luta constante e é isso que lhe dá sabor... são as pequenas e as grandes vitórias. E o nosso Princepezinho e vocês pais, são o exemplo vivo disto mesmo!
Um abraço cheio de força e coragem para vocês e um beijão bem doce e repenicado para o meu Jotinha, da tia Marta.
Espero ver-vos em breve!

Anónimo disse...

Desejo com toda a força do meu coração que tudo se resolva rápidamente e dentro dos hórários aceitáveis para o Joãzinho, nós por aqui também não sabemos quando o Baunilha começa a intervenção precose,neste momento está só com 2 horas de T.O. por semana. Beijinhos com muito carinho ao Principezinho e sua família Avó do Baunilha

CláudiaMG disse...

Mãe Sisa

Espero sinceramente que vocês consigam tudo aquilo que o Principezinho tem direito.
Relativamente à TO o que são 2h por semana???? No meu caso já as considero insuficientes, pois acho que as nossas crianças deveriam ter apoio diário por forma a continuar o trabalho que é feito a outro nível e também por nós em casa.
Quanto à Intervenção Precoce, também eu já escrevi sobre o assunto e sobre os problemas que agravam o nosso agrupamento.
Até à data nem sequer consegui contactar com ninguém, a não ser com a Educadora que ainda se encontra à espera de ser ou não colocada. Na nossa zona só 1 Educadora ficou, pelo que erstam pelo menos 6 para igualar o número do ano passado, número esse que já era inferior às necessidades das diversas crianças.
Este ano aguardo assim com alguma ansiedade a data de começo da IP e qual a Educadora que vai seguir o Guilherme, mais ainda que nesta altura, esta é uma das Terapias mais importantes para o desenvolvimento dele.
Acredito que para ti "Mãe Sisa" as coisas também não sejam fáceis e este tipo de incertezas abalem o vosso dia-a-dia.

Espero sinceramente que consigam o melhor para o Principezinho e acredito que tu tudo irás fazer para que ele tenha o melhor e o mais indicado.

Um grande beijinho
Cláudia

Anónimo disse...

Apesar das evidências daquilo que conhecemos deste país, deste sistema de saúde...FORÇA!!!!!!!!!! Com tantas boas vibrações, com 1 familia enorme que se estende a tantas pessoas, com tanta fé, conseguimos mover montanhas e as coisas acabarão por acontecer!!
Beijos Prima Ana