segunda-feira, 26 de novembro de 2007



Dá-me a tua mão para que me sinta forte. Essa tua mão que cabe dentro da minha.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

«Planta o teu jardim e decora a tua alma»

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começas a aceitar as tuas derrotas de cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de uma criança e não com a tristeza de um adulto. E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje, porque o terreno de amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair ao meio em vão. Depois de um tempo aprendes que o sol queima se ficares exposto por muito tempo. E aprendes que não importa o quanto te importes, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceitas que não importa quão boa uma pessoa seja, ela vai magoar-te de vez em quando e tu tens de perdoá-la por isso.

Aprendes que falar pode aliviar as dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir confiança e apenas alguns segundos para destruí-la e que tu podes fazer coisas num instante das quais te arrependerás para o resto da tua vida. Aprendes que as verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo em longas distâncias. E que o que importa não é o que tens na vida, mas o que és na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos de mudar os amigos, se compreendermos que os amigos mudam, percebes que tu e o teu amigo podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida são tomadas de ti muito depressa, por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vemos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós próprios. Começas a compreender que não te deves comparar com os outros mas com o melhor que tu mesmo podes ser. Descobres que levas muito tempo a tornares-te na pessoa que desejas ser e que o tempo é curto. Aprendes que não importa onde já chegaste, mas para onde vais. Aprendes que ou tu controlas os teus actos ou eles te controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão frágil ou delicada seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprendes que heróis são aqueles que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprendes que ter paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te calque quando cais, é a única que te ajuda a levantar. Aprendes que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que quantos aniversários celebraste.
Aprendes que tens mais em ti dos teus pais do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são tolices, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva, tens direito de estar com raiva, mas isso não te dáo direito de seres cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da maneira que queres que te ame, não significa que esse alguém não te ame, pois existem pessoas que nos amam, mas não sabem como o demonstrar.
Aprendes que nem sempre é suficiente seres perdoado por alguém, algumasvezes tens que saber perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesmaseveridade com que julgas, serás em alguma altura condenado. Aprendes quenão importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundosimplesmente não pára à espera que o consertes. Aprendes que o tempo não éalgo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, em vez de esperares que alguém te traga flores.
E aprendes que realmente podes suportar... que realmente és forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensares que não podes mais. E que realmente a vida tem valor e tu tens valor diante da vida! As nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar."
William Shakespeare

domingo, 11 de novembro de 2007

A história deste Principezinho

Foi um menino saudável até aos 10 meses de idade. Percentil acima da média. Etapas de desenvolvimento psico-motor todas atingidas antes do tempo previsto... Nunca gostou de dormir (devia achar que era uma perda de tempo!) e sempre foi muito activo. Começou a andar aos 10m.

Na semana que completava os 11 meses ficou constipado. Fomos para o hospital e ficou internado pois estava com uma bronquiolite. Com 48h de internamento já estava farto de lá estar e já andava a correr pelos corredores. No dia seguinte o "companheiro" - que tinha dado entrada ao mesmo tempo, piorou muito: febres muito altas que não cediam de maneira nenhuma, tosse, prostração... Na manhã seguinte ele foi para um quarto de isolamento: tinha Adenovírus!

Apresentaram a Nota de Alta. A mãe recusou e claro que exigiu de imediato que fizessem o rastreio ao filho, uma vez que tínham estado sempre juntos desde a entrada nas Urgências e até aquele dia.

Passadas algumas horas, apresentaram a Nota de Alta novamente, informando que o rastreio ao Adenovírus tinha sido Negativo.

Estando o filho sem febre há mais de 48h, bem disposto e activo como sempre, lá foram para casa.

Esta seria uma bonita história se, na verdade, não começasse AQUI...

Passados 2 dias de estar em casa a febre voltou e desta vez não cedia e o Principezinho tinha maior dificuldade respiratória.

No dia seguinte voltámos para o hospital. Estivemos mais de 12 horas a fazer aerossóis, já com a certeza de precisar de ser internado outra vez, mas não havia vagas. Ainda propuseram à mãe levar o filho para casa e voltar de manhã... A mãe não aceitou, preferindo ficar a noite toda com o filho ao colo a fazer aerossóis.

A meio da manhã seguinte infomam-nos que continuam sem vagas e que seremos transferidos para outro hospital.

Ao dar entrada, durante o questionário médico, a mãe conta que na semana anterior estivemos em contacto com Adenovírus, apesar de ter sido feito um rastreio com resultado negativo. O médico acha que é algum engano da mãe pois não estava nada mencionado no processo. Depois de alguma teimosia da mãe para fazer entender o médico que ela não estava enganada ele telefonou para o hospital de origem, que acabou por confirmar (apenas telefonicamente) que realmente esta criança tinha contactado com Adenovírus e que o rastreio feito tinha sido... INCONCLUSIVO!

Note-se que esta situação passou-se num hospital que, alguns anos antes, já tinha tido um surto de infecções por Adenovírus que, inclusivamente levou à morte de pelo menos 2 crianças!

De imediato fomos isolados: quarto esterilizado, bata, touca, luvas, necessidade de lavagem constante das mãos e desinfecção...

Os aerossóis não paravam, a febre não cedia, a dificuldade respiratória era cada vez maior.

Alguns dias depois nada melhorava, tudo piorava. Os médicos informaram-nos de uma nova transferência: desta vez para os HSM - Unidade Cuidados Intensivos Pediátricos porque o Principezinho precisava de receber Ventilação Mecânica.

Esteve 6 dias ventilado. Portou-se como um herói!

Primeiro porque lutava com todas as suas forças contra os sedativos (para nós, pais, tinha uma certa piada porque encarávamos isto como uma prova de teimosia dele; para os médicos já não tinha tanta graça visto que tinham que aumentar muito estas doses para que ele permanecesse sedado e aceitasse a ventilação!).

Era todo um universo novo... máquinas e mais máquinas, computadores, monitores, fios e fios e agulhas a sairem do corpo do filho...

Assim que acabaram de o entubar a médica chamou-nos (pais) para explicar os procedimentos. A minha primeira pergunta, como Mãe, foi:

«Quais são as probabilidades do meu filho ficar com Paralisia Cerebral?»

A médica ficou muito admirada e explicou que não havia hipótese, neste caso, porque tinha sido ventilado a tempo e não chegou a ficar em estado de Hipóxia (falta de oxigénio no cérebro).

*Ironia do Destino...

Assim que fez o "desmame" do ventilador, voltou para o Hospital de onde tinha sido transferido.

A médica responsável informou-nos que iría ser transferido para o hospital da área de residência. Já estava tudo tratado. O Principezinho ficaria pelo menos 2 semanas internado, em isolamento devido à infecção e porque necessitaria de cuidados específicos.

Lá fomos nós...

Estivemos 6 horas no S.O.

Informaram que, afinal, não havia vaga. E além disso seria melhor para o Principezinho fazer a recuperação em casa, porque estaria com toda a certeza mais protegido.


Conclusão: esteve uma semana e meia em casa, sem nunca dar sinal de melhoria (antes pelo contrário!).
Lá conseguimos marcar consulta particular com a Pneumonologista Pediátrica que se mostrou admirada de lhe terem dado alta...
No dia seguinte fomos novamente para o hospital.
Mais um internamento...
Cuidados Intensivos...
Quarto de Isolamento...

sexta-feira, 27 de abril de 2007

...Começando...



Sim vou começar... e começo por me apresentar. Este sou eu!
E como vêm sou muito amado. Familia e Amigos têm estado sempre comigo, eu preciso deles e eles precisam de mim.
Aos poucos vou falar-vos da minha história e espero que partilhem comigo o que pensam.
É também importante voltar a lembrar que este blog vai ser escrito por varias pessoas, mas somos muitos num coração só; somos diferentes, a pensar diferente, a sentir intensidades diferentes, mas o AMOR que nos une é tão grande e tão forte que nos transformamos num só! Espero que gostem e opinem...