Na semana que completava os 11 meses ficou constipado. Fomos para o hospital e ficou internado pois estava com uma bronquiolite. Com 48h de internamento já estava farto de lá estar e já andava a correr pelos corredores. No dia seguinte o "companheiro" - que tinha dado entrada ao mesmo tempo, piorou muito: febres muito altas que não cediam de maneira nenhuma, tosse, prostração... Na manhã seguinte ele foi para um quarto de isolamento: tinha Adenovírus!
Apresentaram a Nota de Alta. A mãe recusou e claro que exigiu de imediato que fizessem o rastreio ao filho, uma vez que tínham estado sempre juntos desde a entrada nas Urgências e até aquele dia.
Passadas algumas horas, apresentaram a Nota de Alta novamente, informando que o rastreio ao Adenovírus tinha sido Negativo.
Estando o filho sem febre há mais de 48h, bem disposto e activo como sempre, lá foram para casa.
Esta seria uma bonita história se, na verdade, não começasse AQUI...
Passados 2 dias de estar em casa a febre voltou e desta vez não cedia e o Principezinho tinha maior dificuldade respiratória.
No dia seguinte voltámos para o hospital. Estivemos mais de 12 horas a fazer aerossóis, já com a certeza de precisar de ser internado outra vez, mas não havia vagas. Ainda propuseram à mãe levar o filho para casa e voltar de manhã... A mãe não aceitou, preferindo ficar a noite toda com o filho ao colo a fazer aerossóis.
A meio da manhã seguinte infomam-nos que continuam sem vagas e que seremos transferidos para outro hospital.
Ao dar entrada, durante o questionário médico, a mãe conta que na semana anterior estivemos em contacto com Adenovírus, apesar de ter sido feito um rastreio com resultado negativo. O médico acha que é algum engano da mãe pois não estava nada mencionado no processo. Depois de alguma teimosia da mãe para fazer entender o médico que ela não estava enganada ele telefonou para o hospital de origem, que acabou por confirmar (apenas telefonicamente) que realmente esta criança tinha contactado com Adenovírus e que o rastreio feito tinha sido... INCONCLUSIVO!
Note-se que esta situação passou-se num hospital que, alguns anos antes, já tinha tido um surto de infecções por Adenovírus que, inclusivamente levou à morte de pelo menos 2 crianças!
De imediato fomos isolados: quarto esterilizado, bata, touca, luvas, necessidade de lavagem constante das mãos e desinfecção...
Os aerossóis não paravam, a febre não cedia, a dificuldade respiratória era cada vez maior.
Alguns dias depois nada melhorava, tudo piorava. Os médicos informaram-nos de uma nova transferência: desta vez para os HSM - Unidade Cuidados Intensivos Pediátricos porque o Principezinho precisava de receber Ventilação Mecânica.
Esteve 6 dias ventilado. Portou-se como um herói!
Primeiro porque lutava com todas as suas forças contra os sedativos (para nós, pais, tinha uma certa piada porque encarávamos isto como uma prova de teimosia dele; para os médicos já não tinha tanta graça visto que tinham que aumentar muito estas doses para que ele permanecesse sedado e aceitasse a ventilação!).
Era todo um universo novo... máquinas e mais máquinas, computadores, monitores, fios e fios e agulhas a sairem do corpo do filho...
Assim que acabaram de o entubar a médica chamou-nos (pais) para explicar os procedimentos. A minha primeira pergunta, como Mãe, foi:
«Quais são as probabilidades do meu filho ficar com Paralisia Cerebral?»
A médica ficou muito admirada e explicou que não havia hipótese, neste caso, porque tinha sido ventilado a tempo e não chegou a ficar em estado de Hipóxia (falta de oxigénio no cérebro).
*Ironia do Destino...
Assim que fez o "desmame" do ventilador, voltou para o Hospital de onde tinha sido transferido.
A médica responsável informou-nos que iría ser transferido para o hospital da área de residência. Já estava tudo tratado. O Principezinho ficaria pelo menos 2 semanas internado, em isolamento devido à infecção e porque necessitaria de cuidados específicos.
Lá fomos nós...
Estivemos 6 horas no S.O.
Informaram que, afinal, não havia vaga. E além disso seria melhor para o Principezinho fazer a recuperação em casa, porque estaria com toda a certeza mais protegido.
Conclusão: esteve uma semana e meia em casa, sem nunca dar sinal de melhoria (antes pelo contrário!).
Lá conseguimos marcar consulta particular com a Pneumonologista Pediátrica que se mostrou admirada de lhe terem dado alta...
No dia seguinte fomos novamente para o hospital.
Mais um internamento...
Cuidados Intensivos...
Quarto de Isolamento...
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