sábado, 27 de fevereiro de 2010

Aventuras na Segurança Social portuguesa



«Mãe Sisa: não resisti, e este tenho mesmo que comentar (a propósito da clausúla 5) ! Sou mãe de um menino com PC, e resolvi aos 20 meses de vida do meu filho ,usufruir da licença especial parental para apoio ao doente crónico ou seja ...fui para casa... ! (não há patrão nenhum que queira uma empregada que sai 11 horas por semana para levar o filho as diversas terapias). Isto passou-se em Novembro de 2009 e no final de janeiro de 2010 chegou carta da Segurança Social com processo INDEFERIDO. Como é evidente fui contestar o indeferimento (fez-se luz nas nossas vidas , pois alguem achou que o meu filho nao tem PC), com toda a papelada do meu filho na mão (e não é ela assim tão pouca),e pedi audiencia com a chefe do respectivo serviço que indeferiu o processo . De forma rápida e eficaz foi marcada a dita reunião e eis que quando lhe pergunto PORQUE ??, ela me respondeu que efectivamente eu tinha razão ..." MAS É QUE NÃO SE NOTA, NEM PARECE "..(se calhar a sra. queria que se notasse !!!); e lá me resolveu o problema (e está esta senhora no apoio á doença crónica ...)
Acho que vou fazer como a Mãe Sisa ... vou tirar umas cópias e entregar POR AÍ...»
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Este comentário foi aqui deixado por uma outra mãe de um menino com PC, que decidiu partilhar este episódio depois de ler este post.
Acho que não deve haver uma mãe/pai que não tenha episódios semelhantes com a Segurança Social!
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Eu própria já tive dezenas, nestes últimos 5 anos: desde não aceitarem dar entrada a pedidos de ajudas técnicas porque já não havia dinheiro (no último ano responderam-me isto ANTES do orçamento de estado ser aprovado!)...
A última foi terem "perdido" os impressos que eu entreguei em mãos no próprio edifício da Avª Afonso Costa (Areeiro) em Novembro passado. Pelo menos foi o que responderam quando questionadas acerca do atraso na resposta ao meu pedido. Passados 2 meses surgiram na minha caixa do correio os impressos (preenchidos por mim e com carimbo de entrada datado de Novembro), mas faltavam os anexos que foram entregues simultaneamente: a minha última baixa médica e a informação clínica do João feita pela médica, devidamente autenticada pelo Centro que o acompanha. Curioso: estavam lá os buraquinhos do agrafe que anexava estes documentos aos impressos! Ou seja: entre o rés-do-chão e o 6º andar (ou 4º!) -e em 2 meses - perderam-se APENAS os anexos... Devem ter caído no elevador!
Enfim... Obviamente que tive que pedir nova informação clínica à médica do João (mais um "atrasozito") e quando fui entregar tudo foi outro filme!...
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Mais uma curiosidade:
Para apresentar a prescrição médica de qualquer produto de apoio (anteriormente designando como ajuda técnica) é necessário marcar uma entrevista com a assistente social (AS) da área de residência.
Para marcarmos entrevista com a AS da nossa área temos que telefonar ao dia 15 de cada mês, às 9h00. É o único dia/horário para efectuar a marcação de entrevista!
[para uma cidade com cerca de 90.000 habitantes, sendo a 4ª maior cidade da área metropolitana de Lisboa...]
Eu liguei no último dia 15 - era véspera de Carnaval - ninguém me atendeu. Será que tiveram direito a ponte?!? Já enviei um mail para o CDSSL. Estou à espera da resposta...
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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Saiba como relacionar-se

com pessoas com Paralisia Cerebral


1. Não trate a pessoa com PC como se ela fosse doente! Paralisia Cerebral não é doença! Isso vale até para médicos, acredite!
Paralisia Cerebral é uma desordem neurológica, um distúrbio do movimento e da postura causado por lesão cerebral ocorrida na gravidez ou nos primeiros meses de vida, normalmente causada por falta de oxigênio (hipoxia).
Perguntas como “ela é doentinha?” ou “qual é o problema dela”, são antipáticas e demonstram falta de sensibilidade.
Pense bem, antes de falar.
2. Antes de abordar uma pessoa com PC, procure saber qual é a deficiência.
Isso é importante especialmente no caso da paralisia cerebral, já que ela pode assumir várias formas.
O que parece, pode não ser. É comum que as pessoas pensem que o tal que está numa cadeira - ou que tem limitações motoras - não entende nada do que está sendo dito e por isso se permitem fazer comentários inadequados, tais como, "Coitadinho!”, “Qual que é problema dele?”, “O que ela tem?”, “Ele nasceu assim?”, “Ela entende alguma coisa?”

3. Não ignore sua presença nem menospreze sua capacidade intelectual!
Paralisia Cerebral não é doença mental.
Algumas pessoas apresentam déficit cognitivo (de entendimento) associado ao quadro motor, mas o que define a paralisia cerebral é uma disfunção motora e não intelectual.

4. Tente descobrir o melhor meio de se comunicar com uma pessoa com PC
Muitos deles apresentam prejuízos na fala, mas isso não significa que não possam se expressar.
Ainda que não fale, isso não quer dizer que não entende o que está sendo dito.
Se estiver interessado, tente se comunicar e observe a expressão da pessoa que tem meios muito eficientes de comunicação: sorrisos, olhares, acenos, gestos.
Basta você querer e ter paciência que a conversa vai se dar.

5. Nem todo PC é cadeirante e nem todo cadeirante tem paralisia cerebral.
Algumas crianças com PC conseguem andar antes dos sete anos e outros nunca andarão. Depende da extensão da lesão, do tratamento etc.
Se a pessoa diz que tem PC e não usa cadeira de rodas, não diga: “ah, mas nem parece”, como se a lesão fosse algo a ser estampado no rosto de alguém.

6. A Paralisia Cerebral não é contagiosa, portanto não perca a oportunidade de conviver e aprender com a diferença.
Ensine as crianças que estão à sua volta que o simples fato de estar numa cadeira de rodas ou ter expressões diferentes daquelas com as quais se costuma conviver, não faz de um PC um ser com o qual não é possível brincar, conversar, se relacionar.

7. Não infantilize as pessoas com paralisia cerebral.
Não se esqueça que na maioria das vezes a PC não acarreta comprometimento cognitivo.
Todos crescem, amadurecem, envelhecem. A pessoa com PC não se mantém criança indefinidamente. É comum ver pessoas mal informadas sobre a deficiência quase fazendo "bilu-tetéia" com homens e mulheres de 20, 30 ou 40 anos.

8. Não olhe alguém com PC como se fosse um ser exótico.
Estima-se que surjam de 30 mil a 40 mil novos casos de paralisia cerebral por ano no Brasil.
Então, eles não são raridade nem bicho de sete cabeças.

9. Não tenha medo de se aproximar de alguém com uma órtese (aparelho ortopédico, bengalinha, etc.).
Algumas pessoas com PC usam aparelhos para corrigir posturas, evitar deformidades e melhorar funções.
Esses aparelhos não tornam seus usuários agressivos ou exóticos. Assim como algumas pessoas usam sapatos especiais, outras usam cadeira de rodas, umas usam próteses e outras usam órteses.
Não mexa em seus aparelhos sem pedir autorização, mesmo das crianças! Se estiver curioso, converse com a pessoa.

10. Sempre vale o bom senso: nada de piedade, mas condições iguais, companheirismo!
Normalmente, a pessoa com PC não precisa de tantos cuidados especiais. Aliás, a maioria precisa mesmo é de boas condições de acessibilidade.
Assim, não fique cheio de dedos em convidá-los para festas. PCs também fazem aniversário, vão ao cinema, viajam, estudam, namoram, compram e fazem tudo o mais que todo mundo faz.

descobri este mimo AQUI.
Acho que vou imprimir e distribuir a algumas pessoas!
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Melindres...

Acabei de saber que causei melindre a alguém por dizer - em vésperas de Carnaval - que iria mascarar o João de DEFICIENTE ou então, uma outra hipótese, seria mascará-lo de PORTADOR DE PARALISIA CEREBRAL!
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Para bom entendor meia palavra basta... para mau entendor, eu explico: queria dizer que não o iria mascarar! Assim como não o mascarei.
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As pessoas não estão, de facto, habituadas a chamar as coisas pelo nome e muito menos a conviverem com pais que encarem as suas próprias vidas com algum sentido de humor.
Temos pena.
Principalmente porque esta reacção veio de técnicos que trabalham na área da deficiência, com população deficiente.
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Não colocamos "paninhos quentes". As situações são aquilo que são.
O João Manuel é deficiente.
O João Manuel tem Paralisia Cerebral.
Mas também tem um sentido de humor refinadíssimo.
E também sabe que é DEFICIENTE e que tem PARALISIA CEREBRAL.
E mais: para ele é muito importante ter paralisia cerebral. E é mesmo.
A diferença pode ser sinónimo de importância.
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Assim como também tem epilepsia e uma bronquiolite obliterante...
E sim, ocasionalmente, também brincamos com a forma como a epilepsia se manifesta, conforme as crises convulsivas - às vezes até o imitamos depois da crise passar para ele saber como é que nós assistimos ao que aconteceu... mesmo apesar do susto...
E também "gozamos" com a produção excessiva de secreções - que é uma das principais manifestações da sua doença pulmonar... A dizer parvoíces do estilo: "se houvesse quem comprasse as secreções que ele produz não precisávamos de apostar no euromilhões porque já estaríamos milionários!"
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Não serão, com toda a certeza, estas reacções que nos farão pensar duas vezes na forma como encaramos a vida e como dizemos as coisas. Antes pelo contrário.
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Obviamente que gostaríamos que ele não tivesse nada disto. Mas tem. Esta é a nossa realidade.
O que eu não percebo é porque é que as pessoas não são capazes de assumir.
Graças a Deus que conseguimos viver com bom humor e com genuína alegria.
Sabiam que a alegria é um sinal que Cristo vive em nós?!?
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Paralisia Cerebral - através da Maria Elisa

Depois da reportagem da TVI (e porque efectivamente gostei do trabalho) telefonei para a tal pessoa que admiro e ela disse-me que também já tinham participado no programa "Serviço de Saúde" na RTP. É um programa de muita qualidade que vos convido a ver (como o programa é demorado foi repartido por vários vídeos):



(também podem aceder através do link: http://videos.sapo.pt/KZA0s7qTAyQOpB9ffDC7 )

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"Asas de Ferro" - Repórter TVI


São quase sempre associados a doentes mentais, intelectualmente incapazes de fazerem uma vida normal.

Quantas vezes já não nos cruzamos com alguém numa cadeira de rodas e pensámos imediatamente num deficiente mental? A verdade é que a paralisia cerebral pode significar apenas um problema motor, cujos sintomas podem variar desde uma leve contracção até uma deformidade severa.

Há casos de doentes com paralisia cerebral que conseguiram tirar cursos superiores, com médias verdadeiramente surpreendentes, mas que depois esbarram com todos os problemas ligados à deficiência em Portugal: falamos da falta oportunidade de emprego, os apoios sempre insuficientes por parte do estado, a discriminação e ainda e sempre o olhar indiferente dos outros.

O Governo fala num investimento nunca visto no nosso país: cerca de 80 milhões de euros para serem aplicados numa área, que é pouco dizer, tem sido negligenciada ao longo dos anos.

O caminho a percorrer ainda é longo, muito longo.... Esta reportagem foi encontrar velhos abandonados, à espera de um fim de vida com dignidade, adultos que cresceram atrofiados em cadeiras feitas à medida de uma criança. Quem tem dinheiro, consegue ainda pensar num futuro, quem não tem, resta a essas famílias imaginar o que poderia ter sido feito.

"Asas de Ferro", é uma reportagem Ana Leal, com imagem de Júlio Barulho e montagem de Miguel Freitas, que fala da angústia de todas essas famílias, mas também da força e da coragem de quem, apesar de tudo, não quer desistir.

TVI, Televisão independente
http://www.tvi.iol.pt/

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Esta reportagem foi emitida esta noite, depois do Jornal Nacional.

Além das pessoas com Paralisia Cerebral e familiares, foram também entrevistados profissionais que trabalham em prol da melhoria de vida destas pessoas. Uma das entrevistadas é uma pessoa que muito admiro (dado o seu empenho e frontalidade - fazem falta MUITAS pessoas como ela!). Deixo-vos um repto: depois de visualizarem a reportagem tentem adivinhar quem é esta que acabo de mencionar...

Outro desafio que aqui vos lanço (mais uma vez):

tornem-se sócios da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa!

Não dói nada e não custa (quase) nada...

Basta preencher a ficha de inscrição (pagar e) enviar para a morada

Avenida Rainha Dona Amélia - Lumiar - 1600-676 Lisboa

Fax: 217568978

Downolad da Ficha de inscrição APCL

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Fez ontem 5 anos

que o João foi ventilado pela primeira vez.
Não deixa de ser um aniversário... de uma primeira prova difícil e superada.
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Uma aventura na ambulância (que ía virando connosco lá dentro, durante a tranferência para a UCI do HSM).
A primeira vez que coloquei a hipótese dele poder ficar com uma lesão cerebral (questão esta que muito estranhou os médicos que nos explicavam os procedimentos - porque foi a primeira coisa que perguntei). Nesta altura ainda não havia risco algum disto vir a acontecer... Os procedimentos foram atempados.
Esta ventilação durou 6 dias.
Lembro-me bem que a partir do 4º ou 5º dia o João começou a chuchar no tubo traqueal. Ele adorava a chucha! Mesmo a dormir conseguia descobrir a chucha com a sua própria mão e colocava-a na boca sem chegar a acordar. Um gesto tão simples que agora, mesmo que quisesse (visto que - obviamente! - já não usa chucha há muito tempo) não conseguiria fazer.
Aquela UCI não tinha os famosos cadeirões para os pais descansarem - tinham ido para estofar. Por isso tínhamos que dormir em cadeiras normais...
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Aquele que é hoje o pediatra do João acompanhou-nos nesta primeira dolorosa experiência e enquanto nos explicavam os procedimentos e a dificuldade que tiveram em sedar o João de forma a conseguirem entubá-lo. Este médico contou-nos - na brincadeira - que chegou a dizer à enfermeira que se aquele bolus de midazolan não resultasse ela que trouxesse um taco de basebol para lhe dar uma marretada na cabeça... nunca vira uma criança a lutar tanto contra os sedativos como ele. O nosso filho.
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O médico poderia ter-nos ofendido com aquele gracejo. Mas não. Este foi um dos motivos que nos levou à procura deste profissional para ser o novo pediatra do João, depois de adquirida a PC, a EPI e a BO (enfim, depois de sabermos que não seríamos mais pais de uma criança saudável, mas sim de um doente crónico). O bom-humor numa situação de crise. Os outros motivos foram a sinceridade, frontalidade e claro, a experiência como médico de Cuidados Intensivos.
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Há cinco anos atrás começava uma nova vida para a nossa família.
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Não passa um mês sem


uma infecção respiratória, nesta altura do ano.

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Tem os pulmões completamente entupidos de secreções.
Farfalheira audível na outra ponta da casa.
Pieira (agora) controlada.
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Dependência total de O2
Antibiótico
Aumento de Corticóides (anti-inflamatórios)
Reforço de Broncodilatadores
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Alguém me sabe dizer quais são as previsões meteorológicas para as próximas semanas?
Quando é que esta massa de ar polar se vai embora,
quando é que começam as subir as temperaturas (max. e min.)
e quando é que diminui a humidade relativa?
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Futuro Hoje - SIC

Desta reportagem tenho a sublinhar o seguinte:

- Foi um prazer conhecer pessoalmente o Lourenço Medeiros (que dispensa apresentações) e o Luís Pinto (repórter de imagem, cujo trabalho também admiro).

- O primeiro menino que aparece nesta reportagem é o Lourenço (que podem conhecer AQUI).

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Resumo da semana

Esta semana foi um pouco diferente do habitual, sendo que na quarta-feira passámos o dia com câmaras de filmar e na sexta-feira visitámos a escola de referência (com Unidade de Multideficiência e Unidade de Ensino Estruturado) do agrupamento a que o João pertence.
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Na quarta-feira de manhã participámos numa reportagem SIC acerca do Palmiber (que deve passar no Jornal da Noite de Domingo, na rubrica Futuro Hoje). O João, contentíssimo de conduzir novamente esta viatura, de ser o centro das atenções (quando na verdade o centro das atenções era o Palmiber) e de ser filmado! Este miúdo parece que nasceu virado para uma câmara! Bem contrário às vontades da mãe... Mas, por ele e principalmente para dar a conhecer coisas novas e positivas a outras pessoas, porquê não?
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De tarde participámos da surpresa que a produção do programa Vida Nova preparou para a Fátima Lopes e assistimos à primeira parte do programa. Quando percebeu que iríamos embora antes das outras pessoas ainda fez um beicinho fofo a pedir para voltar para o estúdio, mas eram muitas horas lá dentro e a manhã já tinha sido bem preenchida...
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Na sexta-feira de manhã fomos conhecer a Unidade de Multideficiência do agrupamento de escolas a que o João pertence. O que nos foi dado a conhecer coincidiu com a expectativa e com aquilo que ouviramos falar... Nota positiva.
Confesso que não estou muito entusiasmada porque me sinto pressionada. Temos poucos dias para decidir se inscrevemos o João no 1º ano, já este ano lectivo ou se peço adiamento.
Sabemos que tem capacidade cognitiva para seguir a via de ensino regular, mas temos que ponderar se deverá ser JÁ este ano ou se devemos esperar que ele tenha mais maturidade e mais conhecimentos - e assim arriscamo-nos a perder a vaga naquela unidade que é uma referência aqui na zona, pelas condições que oferecem...
Resolver-se-á, de uma maneira ou outra.
Ter um filho muda (quase) sempre a nossa perspectiva das coisas, não é?
"Experimentar" ter um filho especial faz com que abandonemos o que tínhamos como garantido e faz-nos apreciar as coisas mais simples e banais que passam despercebidas ao mais comum dos mortais.
"Experimentar" ter um filho especial faz-nos dar graças, todos os dias, pelo ar que respiramos (mesmo que seja poluído ou que não tenhamos capacidade pulmonar suficiente para levar uma vida "normal").
"Experimentar" ter um filho especial faz-nos amar com mais sinceridade e maior intensidade.

Voltamos a ficar resguardados em casa, pois este frio polar faz toda a diferença nos frágeis pulmões do meu Príncipe e já estão a dar sinal...


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

3 anos

Faz hoje 3 anos que ele foi internado com uma [habitual] dificuldade respiratória obstrutiva baixa.
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Neste internamento esteve sempre dependente de oxigénio (O2). Episódios súbitos de irritabilidade com hipoxémia e broncoespasmo importantes com regularidade.
Melhorava e agravava sucessivamente.
Esteve ventilado duas vezes com BiPAP (ventilação não-invasiva), devido a duas infecções distintas: Pneumonia a Mycoplasma e cerca de 2 semanas depois (quando já se estava a recuperar desta) Mononucleose (EBV).
Tantas coisas se passaram nestes meses...
Chegando até a ficar com a vida suspensa por um fio (e as emoções daquela madrugada continuam bem presentes no meu coração!)...
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Este internamento (em Cuidados Intensivos e Especiais) durou quase 4 meses.
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Antes deste internamento (e apesar de ter havido outros internamentos, de curta duração, que são normais tendo em conta a bronquiolite obliterante), ele frequentava o jardim de infância, não era dependente de oxigénio (os tratamentos respiratórios eram metade do que são hoje em dia, não precisávamos de O2 em casa pois os aerossóis eram feitos com um nebulizador ultrasónico normal) e eu ainda podia trabalhar...
stressar-me com as correrias do quotidiano
- acordar entre as 5h30 e as 6h (independentemente de como tinha corrido a noite!);
- levar o João ao JI;
- entrar ao serviço às 8h e fartar-me do trabalho, dos colegas ou dos chefes (que saudades!!!);
- sair a correr para ir buscar o João (nos dias em que o pai não podia e que eu conseguia sair a horas...);
- chegada a casa : banhos, jantar e mais o que fosse necessário
- entre as 23h e as 0h ler a história "Boa noite, Ursinho" e adormecer (quando possível)
Fora os "extras" necessários que o João precisa (dependência do adulto para qualquer tarefa + tratamentos respiratórios).

Parece-me inacreditável que estou sem trabalhar já há 3 anos!

3 anos de mãe-cuidadora 24h/dia...

E, mesmo sabendo que neste preciso momento ele ainda não tem saúde suficiente para conseguir frequentar JI ou escola sem cuidados especiais e específicos à sua condição física (pulmonar e consequentemente imunológica), ainda tenho esperança que venha a adquirir o suficiente para ficar mais independente da mãe...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

mais "aparições" públicas...

a quem já tinha enviado mensagens a perguntar (e que ainda não tinha respondido)
- Sim, o Principezinho voltou a aparecer na tv, na RTP2 há quase 1 mês (estávamos no hospital na altura. A reportagem foi filmada em meados de Dezembro, na UTAAC, no âmbito do livros adaptados da editora Kalandraka. Já coloquei o link do lado direito, em "Para ler, ver ou rever", programa Consigo)

- Sim, ontem à noite e hoje de manhã voltou a aparecer (disfarçado!) no jornal da
RTP1, na reportagem acerca do PALMIBER (o tal carro que ele "conduziu", porque fazia parte do estudo que decorreu em Dezembro). Cá fica esta...



Ah! A quem estiver interessado na aquisição deste carrinho, contacte a ANDITEC.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sensibilidade...

O meu filho ontem ficou sensibilizado ao ver esta parte do episódio de "Glee" na FoxLife
(até fez beicinho!!!):




Depois perguntámos-lhe o porquê do beicinho...
Era porque estavam TODOS em cadeiras de rodas e a dançar!