quinta-feira, 31 de julho de 2008

Gabriel Afonso

Eu estava lá quando o Gabriel nasceu.
Foi no ano que esta minha nova realidade começou. Eu estava internado na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos e o Gabriel assim que nasceu, devido a muitas complicações (algumas de origem muito duvidosa) foi para os Cuidados Intensivos Neonatais.
"Partilhávamos" o corredor.
As nossas mães partilham o mesmo nome.
Os nossos pais já se conheciam pois cresceram na mesma localidade. Encontraram-se lá por ironia do destino.
Eu sou testemunha da ausência de esperança dos médicos perante a vida deste menino-herói...
Eu sou testemunha dos Pais-Heróis que não desistiram e não cruzaram os braços perante as dificuldades e perante tantas portas que se fecharam e continuam a fechar constantemente...
Actualmente partilhamos a mesma terapeuta ocupacional.

Nós, meninos especiais, crianças diferentes, sentimos constantemente dificuldades em superar obstáculos que deveriam ser obrigação social de um estado responsável.
Deveríamos usufruir dos apoios que merecemos e precisamos, mas na realidade são poucos os profissionais e/ou instituições que apostam e acreditam realmente em nós - principalmente quando ainda há a agravante de (além da deficiência física) se sofrer de alguma doença.
As instituições públicas não apostam o que deveriam porque dizem estar a perder tempo com determinados casos.
No entanto, quem consegue ir para alguma instituição privada consegue ver resultados que outros dizem ser impossível.

Eu sinto isso devido à minha doença respiratória e aos constantes internamentos: acabo por "perder a vez" a oportunidades de tratamentos/terapias.

O Gabriel é um menino muito especial.
Não porque tem uma deficiência profunda.
Mas porque é um lutador que já ultrapassou há muito tempo as expectativas dos médicos.
Vamos ajudar o Gabriel a dar um passinho de cada vez.
*

1 comentário:

Xu disse...

FORÇA GABRIEEEEEEEEL