segunda-feira, 17 de março de 2008


«Eu gostava de ser um carrinho»


Sou ciumento, de facto, pois gostaria de ser um carrinho. Sabe, aqueles carrinhos que existem em grandes armazéns. Quando vejo as atenções que rodeiam esses pequenos cestos de rodas, sim, sinto-me ciumento. Porque na verdade, tudo foi pensado em função deles. Não se encontra o mais pequeno degrau à sua passagem; tudo foi calculado à sua medida: a largura dos corredores, a altura das prateleiras, a largura das passagens junto às caixas, o acesso aos automóveis, os parques, tudo, acredite-me. Para conforto daquele pequeno acessório, os arquitectos encontraram todas as soluções. Isto é bem prova de que quando se quer, pode-se. E, assim, sonhei com uma cidade de blocos habitacionais, de edifícios públicos, de ruas concebidas de forma a que a minha cadeira de rodas pudesse circular à vontade. Seria assim tão complicado? Era, sobretudo necessário querer-se. Na verdade, Repito, como eu gostaria de ser um carrinho.



Adaptado do “Urbanisme”

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá!!!!

Primeira vez aqui... Também eu sou mãe de um menino que foi saudavel até aos 4 meses. Quando comecei a notar pequenas alterações anivel dos movimentos, Lutei com todas as minhas forças e hoje ninguém diz que ele foi um menino que teve os piores progonosticos. O que tem ainda não sabemos a propria neuropediatra não se sente capaz de o rotular. Espero que o vosso pincipe possa evoluir tão positivamente como o meu.

Beijos
Maguy