segunda-feira, 11 de maio de 2015

Colistina

 Numa tentativa de erradicar a "bicha de estimação" (aka Pseudomonas Aeruginosa) dos pulmões do Principezinho, decidimos (com alguma renitência e desassossego) experimentar a colistina em nebulização (que não terá tantos efeitos secundários como a colistina endovenosa, esperamos!...)

Depois de 3 tomas no hospital - e apesar de ser um antibiótico para ser utilizado em meio hospitalar, sob supervisão médica -  voltámos para casa para fazer o tratamento com mais calma, no ambiente dele, para tentar evitar as "lutas" do costume com tudo o que é novo.
As lutas não são apenas dele.
Obviamente que ele tem a quem sair e tudo o que é novo cria automaticamente resistência, também, da nossa parte.
A verdade é que, apesar de ler artigos e opiniões sobre a tobramicina e a própria colistina há 2 anos a esta parte, não me aquietam e não me inspiram a confiança que eu necessito (eu e o pai Pinguim). Quer em termos de eficiência total (não há garantias, porque a Pseudomonas é multirresistente) quer em termos de efeitos secundários, que além da possibilidade de toxicidade, pode provocar irritação grave na garganta, aperto no peito, visão turva, tosse, broncospasmos...
Como o Principezinho nem sempre se queixa quando devia, seja para não o manipularmos, seja para evitar voltar para o hospital... temos receio que ele sinta alguma coisa e que não consiga exprimir-se.
 

Já iniciámos o tratamento há 3 dias (2x/dia) e temos sempre que interromper a nebulização 3 ou 4 vezes porque ele começa a "passar-se": muito agitado e irritado. Pausamos uns segundos e voltamos ao mesmo...
O quarto tem de estar de janelas escancaradas e porta fechada para as partículas não circularem para o resto da casa e depois de finalizado o aerossol, temos que ventilar tudo durante uns 20/30min. (ainda bem que tem estado calor!...). 
Claro que temos que ter uma estratégia de entretenimento para aquele período de tempo que temos que estar fechados no quarto: ver episódios do Futebol Galáctico ou do Inazuma Eleven... Mas nem isto o convence o tempo todo!
Já notámos que voltou a ter mais secreções, mais difíceis de controlar... a pieira não tem sido audível, mas os sibilos estão lá!
Deixámos de fazer nebulizações (durante o internamento) porque ele ficava mais aflito, substituindo todos os medicamentos para a doença pulmonar para via inalatória (salmeterol, fluticasona, brometo de ipratrópio e salbutamol) ou gastro (no caso da cetirizina, azitromicina, ciprofloxacina e acetilcisteína), agora temos que fazer as nebulizações da colistina e parece-nos que voltamos ao mesmo!

Encontrar o equilíbrio não é fácil!

O mais importante será sempre fazer com que ele se sinta Feliz...
Mas, e se tivermos que limitar (ainda mais) as coisas que o fazem feliz para que ele tenha mais esperança de vida?!...

1 comentário:

Catarina Moreira disse...

Minha querida,
de cada vez que te leio fico com um nó na garganta!!!
Confia na tua intuição, é apenas o que te posso dizer!
Tenho muito orgulho em ti, obrigado por todo o exemplo que és!