terça-feira, 21 de abril de 2009

Conclusão...



Le Petit Prince tem uma Amigdalite

Passou a noite com picos de febre em intervalos inferiores a 4 horas, por isso de manhã fomos ao hospital.

Quando a febre surge - mesmo que seja uma febre baixa (38ºC - 38,5ºC) é SEMPRE sinal de alguma infecção. Considerando todo o historial dele: nunca podemos esperar, por exemplo, que faça os 3 dias de febre como se fosse uma criança "normal" (entenda-se relativamente saudável!).


Reencontrámos algumas "amigas" do João (Enfermeiras), que ele já não via há algum tempo mas que reconheceu de imediato.
Estas 2 pessoas em questão - Enfª A.G. e Enfª R.C. - são daquelas profissionais que nos transmitem serenidade no meio do turbilhão que se sente sempre, quando "vivemos" um tempo numa Unidade de Cuidados Intensivos.

O misto segurança - sensibilidade - confiança - tranquilidade é-lhes perfeitamente natural. Também é certo que não são as únicas assim... mas podiam ser mais.

Evidentemente que, respeitando a individualidade de cada uma das pessoas, quando nos vemos confrontados a "viver" em ambiente hospitalar durante largos períodos de tempo, fazemos sempre a nossa espécie de selecção: preferindo determinadas pessoas a outras, principalmente quando se trata de ser X ou Y a ser responsável pelo nosso filho! Não é por mal, nem por preconceito... é mais por empatia, simpatia e acima de tudo conhecer a forma de trabalhar de cada um.

Bem, mas com isto tudo quero contar o seguinte: há 2 anos atrás, estava o João ventilado por causa de uma pneumonia a Mycoplasma, quando deu entrada uma jovem também com Paralisia Cerebral. Com 13 anos. Completamente dependente para tudo. A sua única forma de comunicação era o olhar. A única pessoa que a compreendia era a sua mãe (de acolhimento, por sinal!). A rapariga teve uma série de infecções que se traduziram numa septicemia cujas complicações foram, infelizmente, irreversíveis.

Durante os dias que ela esteve ventilada, esteve sempre consciente. E quase ninguém falava com ela, além da mãe.

Entre auxiliares e enfermeiros que precisavam de a posicionar, entre médicas que explicavam o que se estava passar à mãe, enfermeiras a tratarem dela constantemente... ela tudo via, tudo ouvia e (creio eu, pela sintonia do seu doce olhar) tudo compreendia e ninguém lhe dirigia a palavra.

Quem me conhece bem, acredita que esta situação não passou em claro para mim, até porque reconhecia naquele olhar o olhar do meu próprio filho. Disse sempre a quem tratava dela que ela era uma pessoa, consciente doque se estava a passar e por isso deviam sempre dirigir-lhe a palavra!

Eram apenas 3 as profissionais que falavam com ela. Uma delas (a RC) falava-lhe e tocava-lhe sempre com tanto carinho como só uma "Cuidadora" consegue fazer...
Cheguei até a parabenizá-la por tal atitute! Porque são raras as pessoas que têm capacidade para agir assim.

O toque suave e seguro de quem cuida é importante para quem é cuidado!
Um toque que, no meio da dor, seja capaz de transmitir Amor.

Quando e se o meu filho precisar, é de profissionais assim que eu desejo que o rodeiem...

E por falar em situações hipotéticas do que o meu filho virá ou não necessitar e/ou usufruir: quem é que ainda não se fez sócio da APCL?!?

5 comentários:

Dina disse...

Olá, Olá

Estive a ler todas as novidades e fiquei feliz por saber que conseguiram usufruir de um tempo de férias e lazer, acho fantástico que o João goste de Wresteling (que na verdade acho horrivel) mas que todos os miudos adoram...

Em relação ao tema deste post, estou numa fase em que não me apetece que seja verdade...

Será que iremos continuar, dia após a dia, a ter que lutar, com imenso desgaste fisico e emocional, pelo
que temos direito?

Será que vamos conseguir sensibilizar os técnicos de saude?

Aqueles que se tornam frios, porque a profissão é dificil e dura?

Então porque a escolhem?

Esta deveria ser uma escolha com objectivos bem diferentes, exactamente opostos.

Ter o dom de AMAR, de ser SOLIDÁRIO, de sentir DOR e COMPAIXÃO, de querer proporcionar CONFORTO e CARINHO...

Beijinhos

Dina disse...

Olá, olá

Escrever sobre os técnicos de saúde deixa-me sempre abalada...

Não escrevi o que é relamente importante.

As melhoras, RÁPIDAS, RÁPIDAS do João.

Beijinhos

CláudiaMG disse...

Olá Mãe Sisa

Até parecia que estavas a adivinhar...que grande chatice logo agora que esta semana estava a ficar tão bom tempo para ir darem uns passeios.
Desejo que a febre passe rapidamente e que a amigdalite daqui a uns dias já não more aí por casa.

Quanto aos profissionais de saúde, é pena que nem todos tenham o dom para tratar todas as pessoas com amor, infelizmente só deviam estar nesta profissões pessoas que efectivamente amassem outras pessoas.

Beijinhos e as melhoras rápidas do Principezinho

Prima Ana disse...

Cada pessoa devia desempenhar na sociedade o papel para o qual tem vocação.. devia ser assim, há 2 profissões para as quais eu acho que devia ser expressamente proibido quem não tivesse mesmo aptidão as desempenhar...médicos e professores.. Hoje em dia é muito dificil encontrar bons profissionais, humanos mas graças a Deus ainda existem e como nada acontece por acaso tenho a certeza que se precisar cruzar-se-ão no caminho do nosso João; Rápidas melhoras para aproveitares este sol maravilhoso e este calorzinho que já se faz sentir... Pede aos pais para ires ver o mar, que tal ??? Agora já apetece por o pé na água...:)))) Beijos grandes

Anónimo disse...

rapidas melhoras do joão!
Bjs
Isabel & Afonso